Médicas sem noção ?
Sem noção, mas médicas!
Esses com certeza são tempos atípicos onde o mundo cada vez mais tem a necessidade de se expor em redes sociais, assim como têm a necessidade de acompanhar a vida alheia nas redes sociais. Tempos difíceis também com essa tragédia sanitária que se abateu no planeta com a Pandemia do Covid-19.
Em meio a tudo isso temos as irmãs Gabrielle e Isabelle Lins, ambas influenciadoras digitais ou “famosinhas da internet”, ambas filhas de pais ricos, porém o que poucos sabem, é que ambas são médicas formadas, poucos também sabem que hoje temos afastados por estarem com Covid-19 mais de 120 profissionais de saúde somente do município de Manaus. Profissionais que, por um acaso, são os que mais sofrem e morrem vítimas dessa doença que já matou mais de 227 mil pessoas, somente no Brasil.
A vontade de criticar na internet é justa e necessária, mas precisa ser feita de forma honesta e com o bom senso. Entendam, podemos ter todo oxigênio do mundo (que não temos), podemos ter todos os leitos do mundo (que não temos), todos respiradores do mundo (que não temos), mas se não tivermos os profissionais da saúde, médicos, enfermeiros, auxiliares, técnicos, etc , ter tudo de nada adiantará.
As irmãs Lins, a quem tenho todas as críticas, são médicas, e foram contratadas as pressas sim, mas para ajudar a salvar vidas no momento em que a prefeitura precisava de profissionais para agir na linha de frente e tinha, naqueles dias, mais de 150 profissionais afastados por essa doença maldita. Imagine se você contrata as pressas um policial para combater o tráfico de drogas e manda ele pra guerra sem um colete a provas de bala? Pois bem, o “colete a prova de balas” nessa guerra contra o Covid é a vacina, e era óbvio, justo e honesto que elas fossem vacinadas juntamente com todos os demais profissionais da área de saúde. Isso é o mínimo que poderia ter acontecido.
Erraram, mas erraram em se expor na internet se vacinando sem se explicar o motivo, mas errou também boa parte da imprensa que “omitiu” informações importantíssimas que iriam balizar as opiniões do público, principalmente nesse momento de “nervos a flor da pele” que estamos vivendo. Acuse-as de “sem noção” sim, mas não de não estarem trabalhando para salvar vidas, e olha, se elas forem ricas mesmo, talvez nem precisassem se expor a uma doença com potencial fatal como essa.
Termino dando uma palavra de agradecimento a TODOS os profissionais de saúde, esses sim, guerreiros na sua grande maioria anônimos (não é o caso das irmãs Lins), que todos os dias tem exposto suas vidas e até de suas famílias a uma doença mortal, em turnos cruéis e desumanos para salvar vidas, inclusive de críticos. A esses heróis minha homenagem.