Governo do Amazonas prorroga situação de calamidade pública por mais seis meses
Prorrogação foi publicada no Diário Oficial do Estado desta quarta-feira (6). Estado vivencia novo surto da Covid-19, e sofre com hospitais e cemitérios lotados.
Governo do Amazonas prorroga situação de calamidade por causa dos casos de Covid-19https://tpc.googlesyndication.com/safeframe/1-0-37/html/container.html
O governador do Amazonas, Wilson Lima, prorrogou por mais 180 dias (seis meses) a situação de calamidade pública em todo o Estado, por conta do avanço da Covid-19, que voltou a lotar hospitais e cemitérios na capital. A prorrogação foi publicada no Diário Oficial do Estado de quarta-feira (6).
O decreto autoriza autoridades competentes a adotarem medidas excepcionais, necessárias para combater a disseminação da Covid-19. No documento, Wilson Lima afirma que há necessidade de reprogramação financeira, para ajustar as contas estaduais, visando à manutenção dos serviços públicos essenciais, para o enfrentamento da grave situação de saúde pública.
Governador do Amazonas, Wilson Lima. — Foto: Rebeca Beatriz /G1 AM
Até esta quarta-feira (6), mais de 207 mil casos confirmados de Covid-19 foram registrados em todo o Estado, com mais 5,5 mil mortes. O Amazonas voltou a bater o recorde diário de internações por Covid-19 desde o início da pandemia, com 221 novas hospitalizações. Os cemitérios também voltaram a registrar números altos de enterros.
Nesta semana, o prefeito de Manaus, David Almeida, decretou estado de emergência por 180 dias por conta do avanço da Covid-19 na cidade. O decreto autoriza, entre outras medidas, contratação temporária de pessoal, de serviços e aquisição de bens e materiais.
No Amazonas, o estado de calamidade pública já estava em vigor desde o dia 23 de março, quando o estado contabilizava apenas 32 casos confirmados de Covid-19. Na decisão, foi determinado o fechamento do comércio de serviços não essenciais. Após prorrogações, o decreto ficou em vigor até 31 de dezembro do ano passado, e agora foi novamente prorrogado.
Segunda onda da pandemia no Amazonas faz aumentar número de enterros diários em Manaus
Comércio fechado de novo
Diante do avanço dos casos, mortes e internações pelo novo coronavírus, governo e município correm contra o tempo par evitar que o vírus se espalhe ainda mais. As atividades não essenciais permanecem suspensas até 17 de janeiro.
O governador Wilson Lima já tinha tentado fechar, sem sucesso, o comércio no Estado. Ele havia publicado um decreto que impedia atividades consideradas não-essenciais que entraria em vigor em 26 de dezembro.
Centro de Manaus permanece fechado. — Foto: Rebeca Beatriz/G1 AMhttps://tpc.googlesyndication.com/safeframe/1-0-37/html/container.html
No entanto, uma multidão foi às ruas para protestar contra o fechamento das lojas. Empresários e comerciantes criticaram governo por ter publicado decreto durante vendas de fim de ano. O trânsito chegou a ser isolado nos arredores da casa do governador, após manifestantes ameaçarem depredar o local.
Com a pressão exercida pelos comerciantes, o governador recuou e liberou o funcionamento das atividades não essenciais, com apenas algumas restrições de horário.
Amazonas entra na fase roxa da pandemia e FVS aponta ‘alto risco’
No início desta semana, o Amazonas entrou na fase roxa, que representa alto risco, e a mais grave desde o começo da pandemia, de acordo com a Fundação de Vigilância em Saúde (FVS). A informação foi divulgada durante reunião entre representantes do Ministério da Saúde e representantes do Governo do Estado.
Segundo a diretora-presidente da FVS-AM, Rosemary Costa Pinto, a situação é avaliada como de alto risco, em decorrência do aumento no número de casos, internações e óbitos pela doença.
“A nossa análise de risco está apontando que nós estamos num nível muito alto, de muito alto risco, portanto, nós saímos da fase vermelha e estamos na fase roxa. Nós tivemos um crescimento entre novembro e dezembro de 120% do número de casos em Manaus, onde nós passamos de 1.573 casos pra 3.452 casos (…) hoje nós temos uma média móvel de 700 casos novos todos os dias”, disse.
Por meio de nota, a FVS-AM informou ao G1 que ainda está finalizando a consolidação dos dados por indicadores da matriz de risco, e que eles serão divulgados pelo Governo do Estado do Amazonas nos próximos dias, com mais detalhes sobre o que será feito na fase roxa.