Bolsonaro estava sendo pressionado por deputados e por parte do agro para golpe, disse Cid
Uma troca de mensagens entre o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), Mauro Cid, e o ex-comandante do Exército, general Marco Antônio Freire Gomes, mostra que o ex-presidente estaria sendo pressionado por deputados e por parte do agronegócio para “tomar uma medida mais pesada utilizando as forças [armadas]”.
A informação consta na decisão do próprio Moraes, que autorizou operação nesta terça-feira (19) contra a organização criminosa responsável por arquitetar o assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), do vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB), e do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). “Boa tarde, General! Só para atualizar o senhor que vem acontecendo é o seguinte. O presidente tem recebido várias pressões para tomar uma medida mais pesada, onde ele vai, obviamente, utilizando as forças, né? Mas ele sabe, ele ainda continua com aquela ideia, que ele saiu da última reunião, mas a pressão que ele recebe é de todo mundo.
Ele está… é cara do agro. São alguns deputados, né?”, diz Cid. A mensagem de Cid ainda cita a minuta de decreto com o qual o ex-presidente pretendia executar o golpe de Estado no país. Em fevereiro deste ano, uma investigação da Polícia Federal (PF) mostrou que Bolsonaro teria ajustado a minuta. Cid comenta com Freire Gomes que Bolsonaro teria “enxugado” o decreto e feito ele mais resumido.
A CNN procurou e aguarda um posicionamento do ex-presidente Jair Bolsonaro. Operação Contragolpe A Polícia Federal (PF) realizou, na manhã desta terça-feira (19), uma operação contra organização criminosa responsável por planejar os assassinatos do então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), do vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB), e do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo a PF, o grupo – formado na maioria por militares das Forças Especiais (FE), os chamados “kids pretos” – visava um golpe de Estado para impedir a posse do governo eleito em 2022.
Os agentes da PF cumpriram cinco mandados de prisão preventiva, três de busca e apreensão e 15 medidas cautelares. Entre os alvos, estão três militares, um policial federal e um ex-assessor de Jair Bolsonaro (PL). O planejamento operacional da organização era denominado como “Punhal Verde e Amarelo”. Os assassinatos deveriam ocorrer em 15 de dezembro de 2022, três dias após a diplomação de Lula no TSE.