Abandono paterno pode causar problema emocional na criança
O Dia dos Pais pode ser uma data cheia de afeto e carinho para alguns, mas, infelizmente, para uma grande parte dos brasileiros, o sabor desse dia pode ser agridoce, ou seja, doce e amargo ao mesmo tempo.
De acordo com levantamento da Central Nacional de Informações do Registro Civil (CRC), em 2020, 6,31% das 1.280.514 pessoas que nasceram foram registradas apenas com o nome das mães nas certidões de nascimento.
Isso representa, na prática, 80.904 crianças que não foram reconhecidas legalmente por seus pais, um número considerado alto: em 2018, foram 5,74% registros com essa lacuna, e em 2019, 6,15%.
Segundo a psicóloga infantojuvenil, Maria Mabel, a conexão dos pais com os filhos, especialmente nos primeiros anos de vida, é crucial para o desenvolvimento saudável da criança.
“Uma criança que cresce se sentindo sozinha pode apresentar diversas dificuldades no futuro: na adolescência tende a se distanciar cada vez mais dos responsáveis e poderá ter dificuldades em manter relacionamentos amorosos, pois não aprendeu a estar com o outro no período da infância, impactando diretamente suas relações de amizade e de relacionamentos afetivos”, explica.
De acordo com o último Censo Escolar feito pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em 2013, 5,5 milhões de crianças não tinham o nome do pai no registro de nascimento. Atualmente, o reconhecimento paternal é facilitado em qualquer cartório de registro civil do país, podendo ser feito pelo pai que deseje incluir seu nome na certidão ou pela mãe ou filho maior de 18 anos que queira apontar o suposto pai para dar início ao processo.