Zona Azul virou uma zona: Reajuste da tarifa provoca revolta entre vereadores na CMM
Na última segunda-feira (11), uma onda de revolta tomou a Câmara Municipal de Manaus (CMM) após um novo reajuste anunciado pela prefeitura. Publicado no Diário Oficial do Município (DOM) na quinta-feira anterior (07), o aumento atingiu a tarifa do estacionamento rotativo Zona Azul no Centro de Manaus e no Vieiralves, elevando-a de R$ 3,50 para R$ 3,80.
Embora a prefeitura de Manaus tenha assegurado a manutenção do preço por hora do estacionamento em R$ 3,50, a decisão foi alvo de críticas por parte dos vereadores.
Segundo a prefeitura, a tarifa estava em R$ 3,98 desde janeiro deste ano, mas a empresa, a pedido do município, concedeu um desconto de R$ 0,48 ao consumidor.
Apesar da manutenção do preço, a discussão em torno do reajuste levou à sugestão de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) pelo vereador Sassá da Construção (PT), integrante da base de David Almeida (Avante). Sassá destacou que a questão transcende a divisão entre base e oposição, enfatizando que os vereadores estão ali em prol da população.
“De uma hora para outra, vem um aumento abusivo. Estão brincando com a CMM. Será que você pode dar um aumento na hora que você quiser? Agora estamos com problema na Zona Azul de Manaus. Não tem segurança para seus carros. Essa máfia da Zona Azul tem que dar explicações para esta Casa. Tanto faz ser base ou não [do prefeito], quero saber por que não chamaram a CMM e conversaram conosco sobre o aumento? Não dá. Não tem condições. Antes era o flanelinha, agora vem o Zona Azul e ninguém tem segurança nenhuma. Por isso que eu falo que a Zona Azul é uma máfia, uma máquina de dinheiro”, afirmou Sassá.
O vereador Capitão Carpê (Republicanos) também se posicionou contra o reajuste, solicitando a suspensão da cobrança do serviço. Além disso, ele afirmou que convocará o presidente da Agência Reguladora dos Serviços Públicos Delegados do Município de Manaus (Ageman) para explicar se o reajuste será repassado aos usuários do sistema.
“O cidadão é obrigado a pagar por algo que não traz benefício algum. Hoje as pessoas evitam estacionar no Centro por conta do Zona Azul, que é um atraso para nossa cidade”, criticou Carpê.
Jaildo Oliveira (PCdoB), da base do prefeito, também expressou preocupação, sugerindo a instalação de uma CPI. Ele afirmou que o sistema tem causado grandes prejuízos para a população e criticou a falta de providências por parte da Ageman.
“Esse Zona Azul realmente é zona escura. Ele vem causando grande prejuízo para as pessoas, principalmente para aqueles que trabalham e frequentam o Centro. Então está na hora de sair do discurso e pedir logo uma CPI porque a gente fala, fala, mas a Ageman não faz nada. A Ageman, que é para fiscalizar e punir, aumenta a tarifa. Sou favorável a uma CPI da Zona Azul para refazer ou extinguir esse sistema”, declarou Jaildo Oliveira, em tom alterado.
Rodrigo Guedes (Podemos), da oposição à base do prefeito, manifestou seu repúdio ao reajuste, classificando-o como um “presente de grego” para a população.
“Fica o meu repúdio a mais esse ato de aumento da tarifa do Zona Azul em Manaus. Inclusive a prorrogação do contrato da prefeitura com a empresa que monitora o Zona Azul. Tem dezenas de irregularidades que estamos tentando fiscalizar, mas não conseguimos por conta das barreiras que aparecem nessa Casa. O manauara ganha como presente de Natal, presente de grego, um aumento”, afirmou Guedes.
O vereador ainda ressaltou que a população prefere ir aos shoppings a frequentar o Centro da cidade devido à falta de segurança na região. Guedes mencionou a aceitação do Pix por vendedores ambulantes, enquanto o Zona Azul não oferece essa opção, acrescentando mais um obstáculo ao sistema para os usuários.
“Pra não dizer que o Zona Azul não afeta o faturamento do Centro na forma que está, o Zona Azul não aceita Pix. Até o vendedor de balinha e de pipoca aceita. Isso é só um exemplo de quanto é um sistema ruim e tem prejudicado o Centro de Manaus. Se a prefeitura fizer uma pesquisa de forma científica, vamos ver que o comerciante não aprova o aumento da tarifa e a forma que está. É sentenciar a morte do Centro de Manaus. Precisamos dar essas respostas para a população”, concluiu o parlamentar
*Com informaçoes do Foco no Fato