Virada Feminina leva apoio a mulheres ribeirinhas no Amazonas: “Não precisamos de político, precisamos umas das outras”
MANAUS (AM) — Em uma mobilização que ultrapassa fronteiras políticas e geográficas, o movimento Virada Feminina tem intensificado sua presença em municípios ribeirinhos do Amazonas, levando apoio, escuta ativa e ações sociais para mulheres em situação de vulnerabilidade.
Liderado por Cileide Moussallem, presidente nacional da Virada, e pela advogada e ativista Adriane Magalhães, o grupo tem percorrido comunidades onde a presença do Estado é quase inexistente, mas a urgência por ajuda é gritante. “Estamos indo onde somos chamadas. Onde tem mulher pedindo socorro, estaremos lá. Esse é o trabalho da Virada Feminina”, afirmou Cileide durante uma visita recente a uma comunidade na região do Baixo Amazonas.

As ações envolvem rodas de conversa, palestras sobre direitos das mulheres, combate à violência doméstica, além de articulações locais para garantir acesso à saúde, alimentação e dignidade. Sem recursos públicos ou amparo político, o movimento conta com a força do voluntariado e da fé. “A gente não precisa de político pra fazer a diferença. A gente precisa é umas das outras — e de Deus”, completou Adriane.

A iniciativa tem sido reconhecida por sua atuação direta, sem fins eleitoreiros, rompendo o silêncio em locais onde muitas mulheres ainda vivem com medo e sem voz. “Enquanto muitos dormem, tem mulher sendo espancada ou acordando sem saber o que vai dar de comer pros filhos. A Virada Feminina não espera, age”, reforçou Cileide.
Presente em diversos estados e com ramificações internacionais, a Virada Feminina se consolida como uma rede de proteção e transformação liderada por mulheres para mulheres. No Amazonas, onde os índices de violência de gênero seguem alarmantes, a presença do movimento tem sido um respiro de esperança e resistência.