URGENTE: PF prende suspeitos de mandar assassinar vereadora Marielle Franco em março de 2018
BRASÍLIA – Uma operação conjunta da Polícia Federal (PF), da Procuradoria Geral da República (PGR) e do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) prendeu, neste domingo, 24, três suspeitos de envolvimento no assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.
Foram presos o deputado federal Chiquinho Brazão (União-RJ), o irmão dele Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro, e o ex-chefe de Polícia Civil do Rio Rivaldo Barbosa.
Os irmãos são apontados pela investigação como mandantes do crime. O delegado é suspeito de agir para proteger os dois. Todos foram levadas para a sede da Polícia Federal no Rio de Janeiro e devem ser transferidos para o presídio federal de Brasília.
A prisão preventiva ocorre após o anúncio da homologação da delação premiada do ex-policial Ronnie Lessa, ex-policial militar apontado como o executor dos assassinatos em 13 março de 2018. Os motivos do crime ainda não foram oficialmente apresentados. O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, vai conceder uma entrevista coletiva no início da tarde deste domingo.
A ação da PF, batizada de Operação Murder Inc., também cumpriu 12 mandados de busca e apreensão na capital carioca expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo a Polícia Federal, a ofensiva tem como objetivo principal investigar os apontados como “autores intelectuais” dos homicídios, mas também são apurados crimes de organização criminosa e obstrução de justiça.
O vínculo do delegado Rivaldo Barbosa com o caso surpreendeu as famílias das vítimas. Ele foi a primeira autoridade do estado a receber famílias e amigos de Marielle e Anderson, no dia seguinte ao duplo assassinato, e prestou solidariedade. Ele prometeu que a solução do caso seria “questão de honra”.
As viúvas de Marielle e de Anderson estiveram na sede da PF no Rio de Janeiro neste domingo. Ex-mulher de Marielle, a vereadora Mônica Benício disse que a ligação do policial com o caso mostra não apenas erros da investigação, mas também que a polícia foi cúmplice dos assassinos.
“As prisões não são o fim desse caso. Queremos que todas as pessoas que tiveram qualquer tipo de contribuição, relação e envolvimento sejam responsabilizadas”, disse Benício. “A Polícia Civil do Rio de Janeiro não só errou como também foi cúmplice desse processo”.