EconomiaPolítica

União Brasil e PP atacam governo Lula por “escalada do desequilíbrio fiscal” e anunciam oposição a aumento de impostos

Um mês e meio após o lançamento da federação partidária União Progressista, os presidentes do União Brasil e do PP reuniram parlamentares para anunciar formalmente oposição ao governo Lula (PT) e à política fiscal da gestão petista. Em coletiva à imprensa no Congresso, os dirigentes acusaram o Planalto de colocar o país em uma “rota sem saída” com a “escalada do desequilíbrio fiscal”, prometendo obstruir qualquer tentativa de aumento de impostos.

A movimentação ocorre no momento em que o governo tenta emplacar uma medida provisória que altera regras tributárias e prevê aumento da carga sobre investimentos e apostas para compensar a redução do IOF. O texto ainda não foi oficialmente apresentado, mas os partidos decidiram “fechar questão” contra a proposta.

A coletiva contou com a presença dos presidentes das siglas, Antonio Rueda (União Brasil) e Ciro Nogueira (PP), além de líderes parlamentares como Pedro Lucas Fernandes (União-MA) e Dr. Luizinho (PP-RJ). A fala de Rueda resumiu o tom da ofensiva: “Taxar, taxar, taxar não pode e não será nunca a saída”.

Embora ambos os partidos ainda ocupem pastas no governo — o União Brasil com três ministérios e o PP com um — o ato escancarou o distanciamento da base aliada. No mesmo momento da coletiva, o ministro do Turismo, Celso Sabino (União), participava de uma comissão a poucos metros dali.

Petistas ouvidos pela reportagem, em caráter reservado, apontam que o presidente Lula estaria alheio à crescente insatisfação de parte do Congresso. Segundo relatos, a percepção é de que o chefe do Executivo se dedica mais às viagens internacionais — como as recentes passagens pela França e Mônaco, e a próxima ida ao Canadá para o G7 — do que à articulação política interna.

Nos bastidores, parlamentares governistas admitem que o clima é de travamento: sem liberação de emendas, nenhum projeto de interesse do governo avança no plenário. A preocupação é que o impasse prejudique medidas prioritárias, como a correção da faixa de isenção do Imposto de Renda e a PEC da Segurança Pública, antes do recesso parlamentar de julho.