Amazonas

Seca dos rios e queimadas dificultam viagens fluviais no Amazonas

Comandantes de embarcações citam bancos de areia e fumaça como os maiores obstáculos nos trajetos entre os rios Amazonas e Solimões

As queimadas somadas às vazantes dos rios têm sido desafiadoras para os comandantes de embarcações nos trajetos entre os Rios Amazonas e o Solimões.

O comandante André Feitoza, da embarcação tipo Ferry Boat Rita Helena, que faz o trajeto Manaus-Terra Santa(PA)-Nhamundá(AM), relatou que a seca dos rios somada às fumaças das queimadas tem sido um grande problema nos trajetos fluviais. Com a baixa visibilidade durante a noite, a viagem depende da tecnologia do GPS AIR até o raiar do dia

“O nosso grande desafio são os bancos de areia que surgem no meio do rio. Devido à fumaça, não conseguimos visualizar direito do nosso convés. Temos um aparelho de navegação sonar e o GPS AIR, que localizam outras embarcações ao redor. Sem eles, a nossa vida seria muito mais difícil. Ao anoitecer, a viagem é completamente seguida por nossos aparelhos”, disse.

André também citou a seca como um grande fator para o trajeto ser mais demorado entre Manaus e os demais municípios.

“A viagem fica mais longa com o nível do rio abaixo do normal, esse trajeto que costuma ser de 24 horas, está em torno de 30 horas de viagem. Temos que conduzir a embarcação em marcha lenta para evitar possíveis acidentes. Essa época do ano o rio corre menos, tanto o Amazonas quanto o Solimões. Em seis anos de navegação nunca vi os rios assim”, afirmou André.

Dificuldade para respirar

O tripulante da embarcação Dixon Jacaúna sente todos os dias muita dificuldade ao dormir devido à fumaça causada por incêndios ao longo do rio, e também citou que alguns passageiros também sofrem com o mesmo problema.

“As queimadas estão nos prejudicando, principalmente os nossos passageiros que possuem problemas respiratórios. Ao anoitecer, a situação fica extremamente difícil, acabo passando mal pois é muita fumaça que inalamos nesse trajeto de Manaus a Nhamundá, isso tudo somado aos focos de incêndio que todos os dias vemos nos rios. A fiscalização por aqui não existe, é lamentável”, finalizou Dixon.

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