Presidente afastado do TJD-AM admite erro administrativo e acusa de FAF de perseguição
Edson Rosas admite que houve um erro no ato de administração do caixa, mas alega que desde janeiro, a Federação Amazonense de Futebol não responde às demandas do Tribunal.
Após a imprensa publicar comprovantes de quatro pagamentos de depósitos para pagar multas impostas a clube – feitos nas contas pessoais de Edson Rosas Junior e Larissa Ponce Guimarães, presidente e secretária-geral do Tribunal de Justiça Desportiva do Amazonas (TJD-AM) – neste sábado (23), o mandatário, em sua defesa, afirmou que o repasse foi necessário pois a Federação Amazonense de Futebol (FAF) não estaria cumprindo com os pagamentos de manutenção do TJD, que Rosas avalia em mais de R$ 34 mil.
Edson Rosas admite que houve um erro no ato de administração do caixa, mas alega que desde janeiro, a FAF se esquiva da responsabilidade dos pagamentos e não responde às demandas do Tribunal.
“Eu não fiquei com esse dinheiro. É um erro administrativo. Não deveria ser assim mesmo, deveria ser na conta da Federação, e não no meu pix, no caso da Larissa. Esse é um erro. Os auditores decidiram que as custas seriam pagas na secretaria, e muitos [os multados] não podiam vir, a gente indicava o pix. Esse dinheiro tem toda a documentação, todos os recibos que foram pagos para a manutenção do TJD. Eu não preciso do custo do TJD para viver. Eu sou advogado há mais de 30 anos, tenho minha vida independente. Se eu errei, todos erraram, porque fui aprovado por todos os membros, inclusive, o atual presidente que está no exercício da presidência também assina essa resolução”, disse.
De acordo com a Representação Ético Disciplinar do STJD, que afastou Rosas do cargo, é “público e notório que os Tribunais de Justiça Desportiva não possuem Personalidade Jurídica própria, restando as suas Federações a arrecadação e manutenção dos mesmos, não cabendo àqueles qualquer orçamento, muito menos utilização de contas pessoais e conversas informais”. Os pagamentos eram anteriormente feitos para a Federação Amazonense de Futebol ou revertidos em cestas básicas, que eram distribuídos para ONGs.
Relembre o caso
O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) afastou provisoriamente Edson Rosas Junior e Larissa Ponce Guimarães – presidente e secretária-geral do Tribunal de Justiça Desportiva do Amazonas (TJD-AM) após denúncia feita pela Federação Amazonense de Futebol (FAF). O documento – mais especificamente uma Representação Ético Disciplinar – assinado pelo Auditor Corregedor Geral do Tribunal Pleno do STJD, Felipe Bevilacqua, informa que a FAF apresentou documentos de “extrema gravidade, além de antiéticos e imorais”, citando também o “recebimento de valores oriundos de condenações suspeitas e em valores vultosos aplicados pelo TJD/AM nas contas pessoais dos representados, através de PIX, conforme farta documentação acostada”.
Acusação
Para Edson Rosas, a denúncia feita pela FAF é uma perseguição do atual presidente da entidade, Ednailson Leite Rozenha. O motivo seria a determinação da 1ª Comissão Disciplinar do Tribunal de Justiça Desportiva (TJD-AM) em eliminar o Humaitá da Copa da Floresta, por conta da escalação irregular do atleta Marcos Malta, de 26 anos de idade.