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Os jogadores julgados por estupro com Cuca em 1987 ainda trabalham com futebol? Saiba o que fazem

De preparador de goleiro a investimentos em imóveis, veja o que aconteceu com quarteto condenado há mais de três décadas

O técnico Cuca, que deixou o comando do Corinthians nesta quarta-feira, alegou estar sofrendo uma “pressão” pela condenação por estupro. Além dele, porém, Eduardo Hamester, Fernando Castoldi e Henrique Etges também foram julgados no caso que envolve uma menina de 13 anos em Berna, na Suíça, em 1987. O quarteto ficou preso por um mês após ordem do juiz local Jurg Blaser. Depois, no entanto, pagaram fiança e voltaram ao Brasil — e não cumpriram pena após a sentença.

Eduardo Hamester

Mais de três décadas depois, Hamester chegou aos 55 anos como preparador de goleiros do time Sub-15 do Grêmio, local em que está desde 2015, embora já tenha passado por outras categorias. Conhecido como Chico, o goleiro conquistou o Mundial sub-20 com a seleção brasileira, em 1985, tricampeão gaúcho (85/86/87) e passou por Bahia, Chapecoense, Ceará até se aposentar no Esportivo-RS, em 2000.

Ao UOL, o Grêmio afirmou não se pronunciar sobre a condenação de Chico, tampouco se isto foi considerado motivo de preocupação ao contratá-lo. Afirmou, também, que as perguntas não seriam respondidas porque o ex-goleiro “não falaria com a imprensa neste momento”.

Fernando Castoldi

Já Castoldi, o único que não foi condenado a 15 meses de prisão, disse ao jornal que não quer falar sobre o assunto porque isso “acabou com sua carreira”. Hoje aos 58, ele conta com passagens pelo Juventude, Blumenau, Chapecoense, Figueirense e Brasil de Farroupilha, além do Grêmio — mas agora trabalha com futsal.

Henrique Etges

Ex-zagueiro, Henrique disse “não estar interessado” em comentar o tema. As últimas informações são a de que ele mora em sua cidade natal, Venâncio Aires, no Rio Grande do Sul, e não atua mais no meio do futebol. Ao Pelé.Net, em 2007, ele disse viver de investimentos em imóveis e afirmou que cede uma área para o armazenamento de fumo, importante produto agrícola do interior gaúcho.

Atualmente com 57 anos, ele foi zagueiro e defendeu o Corinthians por seis temporadas, entre 1992 e 1997, acumulando 292 partidas, 17 gols e três títulos: um na Copa do Brasil (1995) e dois no Paulistão (1995 e 1997). Antes disso, no entanto, passou por Portuguesa e União São João.

O que disse a defesa dos jogadores em 1987

Baseado em depoimentos dos jogadores, a defesa alegou que a menina parecia ter mais de 18 anos e que ela teria entrado no quarto dos atletas e tirado a blusa em troca de uma camisa da equipe gaúcha. Na época, Cuca afirmou ter se surpreendido com a idade da jovem, pois parecia ser mais velha. Outros jogadores afirmaram que a viram sair do quarto “feliz”.

A versão da jovem, por outro lado, conta que ela estava nos corredores do hotel onde a delegação gremista estava hospedada, acompanhada por dois amigos da mesma idade, em busca de lembranças da equipe gaúcha. Até que teria sido levada para o quarto 204, onde estavam os atletas.

O que disse a vítima do estupro

Lá, a garota explicou ter tirado a blusa para mostrar em mímica que desejava de recordação uma camisa do Grêmio, pois não conseguia se fazer entender em francês ou alemão. Depois disso, por cerca de 30 minutos, foi obrigada a manter relações sexuais. Segundo ela, apenas Fernando não participou ativamente do ato e deixou o quarto.

A quantos anos os jogadores foram condenados

Os jogadores foram enquadrados no artigo 187 do Código Penal da Suíça, que previa uma reclusão de até cinco anos, por quem se envolver em um ato sexual com uma criança menor de 16 anos, ou incite a criança a cometer tal atividade ou envolva uma criança em um ato sexual.

A Justiça, no entanto, entendeu que não houve violência. Por isso, eles não foram enquadrados no artigo 191, que prevê pena de até 10 anos a “qualquer pessoa que, tendo conhecimento que a outra pessoa está incapaz de discernir ou oferecer resistência, tenha relação sexual ou cometa um ato similar à relação sexual”Em 1989, Cuca, Henrique e Eduardo foram condenados a 15 meses de prisão e ao pagamento de US$ 8 mil cada pelo que a Justiça Suíça considerou violência sexual contra pessoa vulnerável. Absolvido da acusação, Fernando foi condenado a três meses de prisão e ao pagamento de multa de U$ 4 mil por ter sido considerado cúmplice do crime.

Após negociações infrutíferas com o Itamaraty, o Grêmio pagou fiança de US$ 1,5 mil e os jogadores foram liberados para voltar ao Brasil. No entanto, eles tiveram que se comprometer a voltar à Suíça caso fossem convocados para qualquer audiência — o que não ocorreu na prática. O quarteto foi julgado de acordo com a lei suíça e condenado, mas como o Brasil não extradita seus cidadãos, eles não foram presos.

Com informações do Extra

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