Mulher é resgatada em estado grave após ser torturada pelo ex-companheiro em motel de Manaus
A Polícia Civil encontrou a vítima desacordada, com sinais de extrema violência. O agressor foi preso em flagrante e responderá por estupro, cárcere privado e tortura
Uma cena de terror, com sangue, muito vômito, fezes e cabelos espalhados por todo o local. Foi assim que o delegado da Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais (Core), Juan Valério, descreveu o quarto de motel no bairro Tarumã, zona Oeste de Manaus, onde uma mulher de 35 anos foi resgatada pela Polícia Civil no domingo (27). O nome da vítima foi preservado.
De acordo com a delegada Patrícia Leão, titular da DECCM Centro-Sul, a mulher foi encontrada sobre a cama, desacordada, com a cabeça raspada e marcas de violência física por todo o corpo. O autor do crime é o ex-companheiro da vítima, que agiu por vingança após não aceitar o fim de um relacionamento de 19 anos, do qual nasceram quatro filhos.
Ela foi agredida com chutes e murros, obrigada a ingerir drogas e, se a polícia não tivesse agido rapidamente, ela poderia ter morrido, já que as agressões causaram hemorragia interna”, afirmou a delegada.
O agressor ainda tentou atear fogo no local e procurava atingir também uma pessoa com quem a ex-mulher estaria se relacionando, mas que, no momento, estava viajando.
Segundo a delegada, a vítima permanece internada em estado grave em uma unidade hospitalar. Já o agressor foi preso em flagrante e autuado pelos crimes de tráfico de drogas, estupro, cárcere privado e agressão física e psicológica. Ele será submetido a audiência de custódia nesta segunda-feira (28).
O resgate da vítima foi possível após familiares procurarem a DECCM levando um vídeo enviado pelo agressor, que mostrava cenas de tortura dentro do quarto do motel. Nas imagens, a mulher aparecia com o rosto lesionado e a cabeça raspada. A operação de resgate contou com o apoio da Core. No momento da prisão, o homem reagiu e precisou ser algemado.
O crime foi classificado pelos delegados envolvidos na investigação como de extrema violência e crueldade. As apurações indicam que a ação foi premeditada pelo agressor, motivado por vingança e pela não aceitação do término do relacionamento.