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Mulher é acusada de omitir morte do pai para receber pensão da Ufam

Segundo o MPF, foram mais de R$ 122 mil recebidos indevidamente. Para A CRÍTICA, acusada alegou problemas financeiros após morte do pai

O Ministério Público Federal (MPF) acusa a técnica em enfermagem Susy Gomes da Silva Ikuno de omitir a morte do pai para continuar recebendo, no nome dele, uma pensão paga pela Universidade Federal do Amazonas (Ufam). Segundo a denúncia, a qual A CRÍTICA teve acesso, foram mais de R$ 122 mil sacados indevidamente entre dezembro de 2017 e abril de 2020. 

O caso chamou a atenção em 2019, quando, segundo o Ministério Público, a acusada apresentou um documento falso à Ufam. “Para enganar a Universidade Federal do Amazonas e assim continuar obtendo vantagem indevida em prejuízo alheio, em 13/09/2019, a denunciada apresentou uma falsa declaração de que seu pai ainda estava vivo, quase dois anos depois de sua morte”, aponta o MPF.

Em 2020, a instituição federal abriu um procedimento interno (n.º 23105.020131/2020-92) para apurar o caso, o que depois gerou a denúncia apresentada agora pelo Ministério Público à Justiça Federal do Amazonas. 

Susy Gomes é acusada de cometer estelionato majorado em continuidade delitiva. A pena é reclusão de um a cinco anos e multa, podendo ser agravada pelo fato de o crime ter se estendido por anos e ter sido praticado contra uma instituição pública. 

Defesa

À reportagem, a técnica em enfermagem alegou que foi influenciada por pessoas próximas a ocultar a morte do pai, especialmente por ter contraído dívidas após o falecimento dele. Segundo ela, o pai lutou contra um câncer de orofaringe durante 10 anos. No período, em razão do quadro de saúde dele, era ela quem sacava a pensão. 

“Quando ele faleceu, fiquei muito mal. Eu contraí muitas dívidas, comprava no cartão de uma amiga. Era fralda, remédio, às vezes faltava alimentação, tinha que comprar. Aí meu ex-marido mais uma amiga disse ‘não, mas aí você pode ir no cartório e refazer’ [se referindo à prova de vida, documento falso que apresentou à Ufam]”, conta ela. 

De acordo com o MPF, houve tentativas de formalizar acordos com a denunciada, porém, não houve consenso quanto aos termos. Para a imprensa local, Susy Gomes disse que trabalha atualmente em uma hamburgueria, recebe R$ 1,3 mil por mês e não tem condições de pagar as dívidas. 

“Tentei entrar em contato com ele para refazer a negociação de uma forma que eu pudesse pagar, porque eu não estava me negando, mas tinha que ser da minha forma, porque eu ganho um salário mínimo e é o que uso para viver e também comprar remédio pra mim, porque durante a doença  do meu pai eu adquiri diabetes e sou  hipertensa. Só que não tenho condições de pagar um advogado e não sei o que fazer”, afirmou.
A reportagem pediu nota da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) a respeito da denúncia apresentada pelo Ministério Público. Ainda aguardamos retorno.

Com informações de A Critica

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