MPAM recorre de decisão judicial que ‘salvou’ casal de ir a júri popular
Raimundo Nonato Monteiro Machado e sua esposa Jussana de Oliveira Machado podem vir a ser julgados pelo crime de tentativa de homicídio contra o advogado Ygor de Menezes Colares e a babá Cláudia Gonzaga de Lima
O policial civil Raimundo Nonato Monteiro Machado e sua esposa Jussana de Oliveira Machado poderão vir a ser julgados pelo júri popular pelo crime de tentativa de homicídio contra o advogado Ygor de Menezes Colares e a babá Cláudia Gonzaga de Lima.
O casal havia sido impronunciado pelo juiz da 3ª Vara do Tribunal do Júri, Mauro Antony, mas neste fim de semana o Ministério Público Estadual entrou com recurso em sentido estrito contra a decisão do magistrado que impronunciou o casal.
O juiz de direito Mauro Moraes Antony não aceitou a tese do Ministério Público do Amazonas de tentativa de homicídio para ser julgado pelo tribunal popular, considerando que há indícios suficientes para que o casal seja julgado pela vara criminal comum apenas pelo crime de tortura.
O recurso contra a decisão de Antony é da promotora de justiça Lilian Nara Pinheiro de Almeida. Ontem mesmo o juiz recebeu o recurso e já intimou o casal para apresentar duas contrarrazões.
No seu recurso, a promotora afirma que a decisão conflita com outras idênticas em que Mauro Antony decidiu pela pronúncia e decidiu mandar o caso a júri.
“Como visto nos depoimentos acostados aos autos, a ré Jussana manteve uma arma de fogo municiada e destravada apontada em direção da vítima YGOR. Para além desse fato, o vídeo que mostra toda a ação dos recorridos, bem como a instrução processual apontam que Jussana somente não alcançou seu intento homicida porque Raimundo, ao tentar se desvencilhar do funcionário do condomínio, senhor Antônio, tentou pegar a arma da mão de Jussana, para utilizá-la contra a vítima Ygor, no exato momento em que Jussana efetuou o disparo, acertando apenas a perna da vítima Ygor. Note-se que, nesse momento, os Recorridos já haviam atentado contra a vida da vítima, a qual somente não faleceu em decorrência da interferência de terceiros”, destacou Lilian em seu despacho.
Raimundo e Jussana Machado são réus de um processo por envolvimento em uma briga que deixou uma babá ferida e um advogado baleado em Manaus. O crime ocorreu em agosto do ano passado, em um condomínio do bairro Santo Agostinho, na zona Oeste da capital.
Após impronunciar o casal, Mauro Antony transferiu o processo para a Vara Criminal Comum, em decisão publicada na quarta-feira (8) pela 3ª Vara do Tribunal do Júri do Tribunal de Justiça do Amazonas. Agora, a expectativa é que o casal seja julgado pelo povo.