Com robôs e gel explosivo, Israel ataca túneis do Hamas
BASE DAS FORÇAS TERRESTRES DE ZEELIM, Israel (Reuters) – Após encontrar o que descreveram como a entrada para um túnel do Hamas debaixo de um hospital esvaziado no norte de Gaza, engenheiros do Exército de Israel preencheram a passagem com gel explosivo e apertaram o botão do detonador.
A explosão tomou conta do prédio e enviou fumaça por pelo menos três pontos de uma rua próxima no distrito da cidade de Beit Hanoun, segundo imagens de segurança.
“O gel se espalhou e explodiu o que quer que eles tenham deixado esperando por nós no túnel”, afirmou um oficial do Exército a repórteres em uma entrevista coletiva na base de Zeelim, no sul de Israel.
Limpar os túneis é uma parte importante da campanha do Exército israelense contra o Hamas na Faixa de Gaza, em resposta ao ataque do grupo militante palestino no sul de Israel em 7 de outubro.
Quando não utiliza munições para verificar bunkers, buracos de acesso e túneis, que os dois lados dizem percorrer centenas de quilômetros sob Gaza, o Exército opta por robôs rastreadores e outras tecnologias operadas remotamente.
O oficial não foi identificado, de acordo com as regras da entrevista, e se recusou a dar mais detalhes sobre o combate subterrâneo, que ele afirmou ser um trabalho em andamento. Não forneceu o nome do hospital em Beit Hanoun.
REDE DE TÚNEIS
O Hamas tem túneis para ataques, contrabandos e armazenamentos, dizem fontes de segurança. Dúzias de poços podem levar a cada um dos túneis, com profundidade de 20 a 80 metros.
Destruir um poço é relativamente fácil e rápido, disse o oficial, acrescentando: “Qualquer pelotão pode fazer isso”.
Os túneis são mais difíceis. O oficial afirmou que várias toneladas de gel explosivo — sobre o qual ele se recusou a dar detalhes técnicos, além de dizer que são trazidos por caminhões — são necessários para poucas centenas de metros de túnel.
O Hamas nega usar hospitais para esconder esses túneis. Tem rechaçado afirmações de Israel de que tem um centro de comando debaixo do maior hospital de Gaza, o Al Shifa, no qual as forças israelenses entraram na quarta-feira.
O Hamas levou cerca de 240 pessoas para Gaza como reféns no ataque de 7 de outubro, no qual aproximadamente 1.200 pessoas foram mortas, segundo Israel. Uma das reféns libertadas — uma das poucas até agora — disse que ela e pelo menos outras 20 pessoas foram mantidas em um túnel.
O oficial do Exército disse que há um cuidado para não colocar em risco túneis que possam conter reféns