Braguinha recebe visita da Polícia Federal em casa, no condomínio de luxo Renaissance
Manaus- A Polícia Federal deflagrou a Operação Greenwashing, com o objetivo de desarticular uma organização criminosa envolvida na venda de aproximadamente R$ 180 milhões em créditos de carbono de áreas invadidas ilegalmente pertencentes à União. A operação está em andamento em várias regiões do Brasil, incluindo Manaus, onde o ex-secretário João Coelho Braga, conhecido como “Braguinha”, foi surpreendido pelos agentes da PF em sua residência no condomínio de luxo Renasssence.
A operação, parte de um esforço coordenado com a Superintendência de Rondônia e Acre, visa aprofundar investigações sobre corrupção e superfaturamento de contratos públicos.
A operação de hoje é mais uma etapa de um inquérito iniciado após a exoneração de Braguinha, ocorrida em 27 de dezembro de 2023.
A demissão foi resultado direto de ameaças de morte feitas à empresária Cileide Moussallem, diretora-presidente do Portal CM7 Brasil, que havia denunciado irregularidades na compra de imóveis para desapropriação.
A ação da Polícia Federal sublinha um compromisso renovado com a transparência e a justiça na administração pública, conforme reafirmado pelo governador Wilson Lima.
Entenda as Denúncias e Investigações
As primeiras investigações foram impulsionadas por denúncias do Portal CM7 Brasil, que apontaram um superfaturamento significativo nos contratos de desapropriação administrados pela SECT.
A Diretoria de Controle Externo de Obras Públicas (DICOP), vinculada ao Tribunal de Contas do Amazonas (TCE-AM), notificou Braguinha, exigindo que ele apresentasse justificativas ou documentos relacionados aos pagamentos efetuados.
De acordo com a DICOP, a SECT desembolsou R$ 121.088.495 milhões em desapropriações, valor que excede em R$ 21.038.926,50 milhões os preços de mercado dos imóveis adquiridos.
As investigações preliminares indicam que não foram realizadas avaliações de mercado adequadas para determinar os valores justos dos imóveis, levantando suspeitas de superfaturamento e má gestão dos recursos públicos.
Além disso, a área técnica do TCE-AM destacou que os pagamentos eram desnecessários, pois as famílias ocupantes dos terrenos tinham posse “mansa e pacífica”, o que poderia conceder-lhes o direito de propriedade por usucapião.
A suposta proprietária das terras nunca reivindicou a posse ou buscou reintegração, eliminando a necessidade de tais desapropriações onerosas.
A operação de hoje é apenas um capítulo na contínua busca por justiça e responsabilidade no serviço público.
A sociedade amazonense aguarda ansiosamente pelos desdobramentos desta investigação, que promete trazer mais clareza sobre as irregularidades denunciadas e assegurar que os responsáveis sejam devidamente punidos.
*Com informações https://cm7brasil.com/