As principais reações ao ataque dos EUA contra o Irã
Confira as principais reações internacionais ao ataque americano deste domingo (22) contra várias instalações nucleares iranianas, com o qual os Estados Unidos se uniram a Israel em sua guerra contra a República Islâmica.
Irã: EUA “tem que receber uma resposta” –
O presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, condenou a “agressão” dos Estados Unidos e acusou Washington de estar “por trás” da operação militar israelense no Irã.
Os Estados Unidos “têm que receber uma resposta à sua agressão”, acrescentou o mandatário, durante um telefonema com seu contraparte francês, Emmanuel Macron, segundo a agência de notícias Irna.
“Os acontecimentos desta manhã são escandalosos e terão consequências eternas”, escreveu mais cedo no X o ministro iraniano das Relações Exteriores, Abbas Araqchi.
O Irã vai se defender “por todos os meios necessários”, acrescentou. “Não há linha vermelha que não tenham cruzado. E a última e a mais perigosa aconteceu ontem à noite. Cruzaram uma linha vermelha muito grande, ao atacar as instalações nucleares”, declarou.
A Guarda Revolucionária, exército ideológico da República Islâmica, ameaçou os Estados Unidos com “represálias que vão lamentar”.
A Agência de Energia Atômica iraniana, por sua vez, denunciou o ataque como “um ato bárbaro que viola o direito internacional” e disse que, “apesar das malvadas conspirações de seus inimigos”, o Irã “não deixará que o caminho do desenvolvimento desta indústria nacional (nuclear), que é o resultado do sangue de mártires nucleares, seja detido”.
“Sua decisão audaciosa de atacar as instalações nucleares do Irã com o impressionante e justo poder dos Estados Unidos mudará a história”, afirmou o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, em mensagem de vídeo em agradecimento a Trump.
Os ataques marcam “um ponto de inflexão histórico que pode ajudar a levar o Oriente Médio e além para um futuro de prosperidade e paz”, acrescentou. “O presidente Trump e eu dizemos com frequência: paz através da força”.
“Primeiro vem a força, depois vem a paz. E esta noite, o presidente Trump e os Estados Unidos agiram com muita força”, considerou.
– ONU: “escalada perigosa” –
“É uma escalada perigosa em uma região que já está à beira do abismo, e uma ameaça direta para a paz e a segurança mundial”, avaliou o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres.
– Brasil manifesta “grave preocupação” –
Por meio de nota, o ministério das Relações Exteriores declarou que “o governo brasileiro expressa grave preocupação com a escalada militar no Oriente Médio e condena com veemência (…) ataques militares de Israel e, mais recentemente, dos Estados Unidos, contra instalações nucleares, em violação da soberania do Irã e do direito internacional”.
Também “ressalta a urgente necessidade de solução diplomática que interrompa esse ciclo de violência e abra uma oportunidade para negociações de paz”.
Ainda segundo o Itamaraty, “o Governo brasileiro reitera sua posição histórica em favor do uso exclusivo da energia nuclear para fins pacíficos e rejeita com firmeza qualquer forma de proliferação nuclear”.
– UE insta “todas as partes a recuarem” –
A chefe da diplomacia da União Europeia, Kaja Kallas, instou “todas as partes a recuarem, a voltarem à mesa de negociações e evitarem qualquer escalada adicional”, em mensagem publicada no X.
Ela acrescentou que o Irã não deve desenvolver armas nucleares e que os ministros das Relações Exteriores da UE debaterão a situação na segunda-feira.
– Rússia: bombardeios “irresponsáveis” –
A Rússia condenou firmemente os bombardeios americanos, os quais tachou de “irresponsáveis”, contra seu principal aliado no Oriente Médio.
“A decisão irresponsável de realizar ataques com mísseis e bombas no território de um Estado soberano, qualquer que seja o argumento apresentado, viola flagrantemente o direito internacional”, declarou a diplomacia russa.
– China: chamado “especial” a Israel a um cessar-fogo –
O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou, neste domingo, que “condena firmemente” os bombardeios dos Estados Unidos e afirmou que contribuem para uma “escalada das tensões no Oriente Médio”.
“A China chama todas as partes em conflito, especialmente Israel, a um cessar-fogo o quanto antes”, informou a chancelaria.
– Reino Unido pede que Irã “volte à mesa de negociações” –
O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, pediu ao Irã que “volte à mesa de negociações”.
“Nunca se pode permitir ao Irã desenvolver uma arma nuclear e os Estados Unidos tomaram medidas para mitigar esta ameaça”, escreveu Starmer no X, destacando que “a estabilidade na região é uma prioridade”.
– Alemanha pede que Irã continue negociando –
O chefe do governo alemão, Friedrich Merz, “reiterou seu apelo para que o Irã inicie imediatamente negociações com os Estados Unidos e Israel a fim de alcançar uma solução diplomática para o conflito”.
– França: chamado à “moderação” –
O presidente francês, Emmanuel Macron, conversou neste domingo com seu contraparte iraniano, Masoud Pezeshkian, e o instou a retomar os “diálogos diplomáticos” e pediu “a desescalada” do conflito, informou o Palácio do Eliseu, sede da Presidência francesa.
– Espanha pede uma “desescalada” e mais negociações –
“Chamamos todas as partes à desescalada. Não é a solução militar que vai trazer paz e estabilidade ao Oriente Médio, mas a diplomacia e, portanto, nós esperamos que todos voltem à mesa de negociação”, assinalou o ministro espanhol de Assuntos Exteriores, José Manuel Albares.
– Arábia Saudita: “grande preocupação” –
A Arábia Saudita “acompanha com grande preocupação os acontecimentos na República Islâmica do Irã, com o ataque às instalações nucleares iranianas por parte dos Estados Unidos”, afirmou o ministério das Relações Exteriores saudita.
– Ucrânia: “mensagem clara” –
A diplomacia ucraniana afirmou que os ataques “enviam uma mensagem clara ao regime iraniano de que é inaceitável que continue com sua política de desestabilização da situação de segurança no Oriente Médio”.
– Omã pede uma “desescalada imediata” –
Omã, que atua como mediador entre os Estados Unidos nos diálogos sobre o programa nuclear iraniano, condenou “esta agressão ilegal” e pediu “uma desescalada imediata”, afirmou um porta-voz do ministério das Relações Exteriores omani.
– Iraque: “escalada militar” –
O governo iraquiano condenou os ataques americanos, qualificando-os de “escalada militar” que “ameaça a segurança e a paz no Oriente Médio” e “põe gravemente em perigo a estabilidade regional”.
– Paquistão: o Irã “tem o direito de se defender” –
O Paquistão, única potência nuclear do mundo muçulmano e aliado dos Estados Unidos, condenou os bombardeios americanos. “Reiteramos que estes ataques violam todas as normas do direito internacional e que o Irã tem o direito legítimo de se defender em virtude da Carta das Nações Unidas”, declarou a Chancelaria.
– Papa Leão XIV: “a humanidade reivindica paz” –
“A humanidade grita e reivindica paz” diante das “notícias alarmantes do Oriente Médio”, disse, neste domingo, o papa Leão XIV após os bombardeios americanos.
– Organização para a Cooperação Islâmica expressa “profunda preocupação” –
A secretaria-geral da OCI expressou “profunda preocupação” e considerou que os ataques americanos constituem uma “escalada perigosa que poderia levar a um aumento das tensões e ameaçar (…) a segurança regional”.
– Rebeldes huthis: “declaração de guerra” –
Os rebeldes huthis do Iêmen, aliados do Irã, consideraram os ataques americanos “uma declaração de guerra” contra o povo iraniano e afirmaram que estão prontos “para atacar os navios americanos no mar Vermelho”.
– Hamas: “agressão criminosa” –
“Condenamos esta agressão criminosa”, escreveu no Telegram o movimento islamista palestino Hamas, aliado do Irã e imerso há 20 meses em uma guerra com Israel na Faixa de Gaza.
“Nós a consideramos um exemplo flagrante da política de imposição da hegemonia pela força, uma agressão baseada na lei da selva e uma violação de todas as normas e convenções internacionais”, acrescentou.
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