Velório de Juliana Marins: pai detona autoridades da Indonésia e explica por que filha não será cremada: ‘morte suspeita’
O corpo de Juliana Marins, jovem que morreu após cair no Monte a Rinjani, na Indonésia, não será mais cremado. Apesar da Justiça ter autorizado o pedido de cremação feito pela família de Juliana, o corpo da jovem será sepultado.
A informação foi repassada pelo pai da publicitária, Manoel Marins, durante o velório da filha, que acontece desde as 10h desta sexta-feira (4), no Cemitério Parque da Colina, em Niterói.
“Ela vai ser enterrada. Nos tínhamos solicitado ao juiz, através da defensoria pública, que ela pudesse ser cremada, mas o juiz disse que não por ser uma morte suspeita, talvez, não sei se o termo é esse. Então ela teria que se enterrada para caso precisasse fazer exumação. Agora de manhã eu fui surpreendido com a notícia de que a defensoria tinha consigo que ela fosse cremada, mas nós já tínhamos decidido pelo sepultamento”.
Revolta
Ele também voltou a criticar a precariedade do parque e as autoridades da Indonésia pela demora no resgate do corpo da filha, que correu com ajuda alpinistas voluntários quatro dias após a queda. Manoel acredita que se o resgate fosse mais rápido, a filha poderia ter sobrevivido.
O caso trata-se de despreparo, descaso com a vida humana, negligência, precariedade dos serviços daquele país. É um país que depende do turismo pra sobreviver e deveria ter uma estrutura melhor para resgatar as pessoas. (…) O parque quando entrou em contato com o serviço de defesa civil foi muito tempo depois do acidente da Juliana. Se tivesse entrado em contato assim que o diretor do parque recebeu a informação do acidente, provavelmente o desfecho seria outro.”
Cerimônias
A cerimônia de despedida foi dividida em dois momentos: até 12h o velório é aberto ao público em geral e de 12h30 às 15h, reservado aos familiares e amigos da jovem. Uma estrutura a cerca de 20 metros de distância do anfiteatro onde o corpo está sendo velado foi montada para a imprensa acompanhar a despedida.
A orientação da administração do cemitério é que os jornalistas deixem o local quando começar a cerimônia reservada.
Segunda autópsia
O corpo de Juliana Marins chegou ao Rio de Janeiro na terça-feira (1), por um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) que fez o pouso até à Base Aérea do Galeão. No dia seguinte, pela manhã, uma nova autópsia foi feita no corpo da jovem, no Instituto Médico Legal Afrânio Peixoto (IML), no Centro do Rio.
O novo exame foi um pedido de família de Juliana, que acionou a Denfesoria Pública da União (DPU), devido a ausência de esclarecimento sobre a causa e o momento exato da morte, na primeira autópsia realizada por um médico legista da indonésia.
A autópsia, feita em um hospital de Bali, apontou múltiplas fraturas e lesões internas no corpo da jovem, que teriam teria causado grande hemorragia interna e danos irreversíveis aos seus órgãos respiratórios.
O laudo também descartou hipotermia. O legista indonésio disse ainda que Juliana teria sobrevivido por até 20 minutos após o impacto. O exame, no entanto, não trouxe detalhes sobre o dia da morte.
A necropsia feita no Rio durou pouco mais de duas horas e foi realizada por dois peritos legistas da Polícia Civil, e observado por um perito médico da Polícia Federal e por um assistente técnico representante da família. A expectativa da família que esse exame esclareça mais do que o realizado na Indonésia. Segundo a polícia civil, o laudo preliminar deve ser entregue em até sete dias.
A morte
Juliana Marins foi encontrada morta no dia 24 de junho após quatro dias desaparecida no vulcão Rinjani, na Indonésia.
A jovem, natural de Niterói (RJ), caiu durante uma trilha na última sexta-feira (20), sofrendo uma queda de aproximadamente 300 metros da trilha. A confirmação do óbito foi feita pela família e pelo Itamaraty.