Base governista tenta blindar irmão de Lula em comissão que investigará fraudes bilionárias no INSS
Segundo o site Metrópoles, Integrantes da base aliada ao governo Lula já articulam uma estratégia para evitar a convocação e a quebra de sigilo de Frei Chico — irmão do presidente e atual vice-presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi) — na CPMI que investigará fraudes bilionárias no INSS. Embora não seja formalmente investigado, Frei Chico está no radar da oposição devido à sua ligação com a entidade sindical, alvo de operação da Polícia Federal que apura um suposto esquema de descontos indevidos em aposentadorias e pensões.
Em 2023, o Sindnapi bateu recorde na arrecadação de mensalidades associativas descontadas diretamente dos benefícios do INSS. Em nota divulgada em maio, o sindicato atribuiu o aumento ao crescimento no número de associados e à “qualidade dos benefícios”. A justificativa, no entanto, não convenceu opositores, que apontam a presença de dirigentes ligados ao governo como motivo para maior rigor nas apurações.
“Nossa estratégia será mostrar a verdade, que [Frei Chico] não tem nada a ver com o peixe [desvios bilionários]”, disse o deputado Alencar Santana (PT-SP), já antecipando o discurso de blindagem. A comissão será instalada em agosto, após o recesso parlamentar. A presidência ficará com o senador Omar Aziz (PSD-AM), figura próxima do governo, e o nome do relator ainda não foi definido.
O PT indicou como titulares da CPMI os deputados Alencar Santana (PT-SP) e Paulo Pimenta (PT-RS), ministro da Secretaria de Comunicação Social, e como suplentes Rogério Correia (PT-MG) e Orlando Silva (PCdoB-SP). A composição reforça a desconfiança de que o governo tentará controlar os rumos da investigação e proteger nomes ligados ao Planalto.
Oposição promete reagir. “É inaceitável que bilhões sejam retirados dos aposentados enquanto figuras politicamente expostas estejam envolvidas ou próximas ao esquema”, afirmou um líder oposicionista.