Política

Deputada Érika Hilton paga maquiadores com verba de seu gabinete pra ficar mais “linda”

De acordo com o site Diário do Poder, dois maquiadores pessoais da deputada Érika Hilton (PSOL-SP) recebem salários pagos com dinheiro público como parte de sua equipe na Câmara dos Deputados. Índy Montiel e Ronaldo Hass estão formalmente nomeados como secretários parlamentares com vencimentos de R$ 2.126 e R$ 9.678, respectivamente.

A informação gerou reação imediata de críticos nas redes sociais e entre parlamentares, que veem na prática um uso questionável de recursos públicos para funções de natureza pessoal.

Apesar da nomeação estar dentro dos parâmetros legais estabelecidos pela Câmara — que permite até 25 assessores por gabinete — a origem profissional dos nomeados levantou suspeitas sobre a real finalidade de suas funções. Ambos são amplamente conhecidos por prestarem serviços de maquiagem à deputada, inclusive em eventos públicos, o que reforçou a percepção de que o erário estaria bancando serviços estéticos sob a fachada de atividade parlamentar.

Diante da repercussão negativa, Érika Hilton tentou minimizar a controvérsia. Disse que os dois exercem atividades administrativas e políticas, e que a maquiagem seria “eventual”. “Eles não foram nomeados por me maquiar”, afirmou. No entanto, a explicação não foi suficiente para conter a onda de críticas que ganhou corpo nas redes sociais.

Entre os que ironizaram o episódio está o maquiador Agustin Fernandez, conhecido por atender Michelle Bolsonaro. Em uma provocação direta, escreveu: “Encher a boca para dizer ‘eu paguei com meu dinheiro’ não é para todos”, em alusão ao uso de verba pública para fins pessoais disfarçados de função técnica.

O caso evidencia uma lacuna preocupante na legislação sobre cargos comissionados no Congresso, onde não há critérios técnicos obrigatórios para nomeação. Na prática, a autonomia parlamentar permite que assessores sejam escolhidos com base em relações pessoais, independentemente da qualificação ou relevância para o mandato.

Enquanto servidores públicos de carreira enfrentam defasagem salarial e cortes orçamentários, a imagem de dois maquiadores recebendo quase R$ 12 mil mensais dos cofres públicos como “assessores parlamentares” escancara o abismo entre o discurso de ética pública e a prática cotidiana em Brasília.