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Irã ameaça fechar Estreito de Ormuz após ataques dos EUA; petróleo pode disparar

O parlamento do Irã aprovou neste domingo (22) uma moção pelo fechamento do Estreito de Ormuz, principal rota de exportação de petróleo do Golfo Pérsico, em resposta aos ataques realizados pelos Estados Unidos no sábado (21). A medida, no entanto, ainda depende da aprovação do Conselho Supremo de Segurança Nacional e do líder supremo Ali Khamenei.

A proposta foi defendida publicamente pelo parlamentar iraniano Esmaeil Kowsari, que afirmou que o bloqueio seria uma retaliação proporcional às ações militares recentes contra instalações nucleares iranianas.

“O parlamento chegou à conclusão de que deve fechar o Estreito de Ormuz, mas a decisão final cabe ao Conselho Supremo de Segurança Nacional”, disse Kowsari à emissora estatal PressTV.

O Estreito de Ormuz é um ponto de passagem estratégico no Golfo Pérsico, por onde circula cerca de 21% de todo o petróleo comercializado no mundo. Um eventual fechamento pode provocar uma interrupção significativa nos fluxos globais de energia e gerar instabilidade nos mercados.

Segundo relatório da seguradora holandesa ING, um bloqueio completo do estreito poderia elevar os preços do petróleo tipo Brent para até US$ 120 o barril nas próximas semanas. Caso a crise se prolongue, os preços podem ultrapassar os US$ 150 — valor recorde registrado em 2008.

O aumento nos preços teria impacto direto em países dependentes de importações energéticas, além de agravar pressões inflacionárias globais e desorganizar cadeias logísticas ainda frágeis após a pandemia e os conflitos na Ucrânia.

A possível medida iraniana ocorre em meio a uma escalada militar crescente na região e pode colocar em xeque a estabilidade do comércio internacional de energia, segundo analistas. A comunidade internacional, até o momento, não apresentou uma mediação eficaz para conter a crise.