Guerra no Oriente MédioPolítica Internacional

Governo Lula condena at@ques dos EUA e Israel ao Irã

Em nota divulgada neste domingo (22), o governo Lula expressou “grave preocupação” com a escalada militar no Oriente Médio e condenou diretamente os ataques dos Estados Unidos e de Israel contra instalações nucleares no Irã.

O comunicado do Itamaraty classifica as ações como uma “flagrante transgressão” da Carta da ONU e das normas da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).

“Qualquer ataque armado a instalações nucleares representa flagrante transgressão da Carta das Nações Unidas”, afirma o texto do Ministério das Relações Exteriores, adotando um tom inusitadamente direto contra aliados históricos do Ocidente.

O Palácio do Planalto reforça sua posição em favor do uso pacífico da energia nuclear e condena o risco de contaminação radioativa gerado pelas ofensivas militares. “Trata-se de uma ameaça real à saúde de populações civis e um potencial desastre ambiental de grandes proporções”, diz o texto.

A manifestação marca mais um episódio em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva adota uma postura de independência em relação à política externa dos EUA e seus aliados, reiterando o compromisso do Brasil com uma ordem internacional baseada no multilateralismo.

A nota também critica os ataques recíprocos entre forças israelenses e iranianas em áreas densamente povoadas, citando o aumento de vítimas civis e a destruição de hospitais, considerados alvos protegidos pelo direito humanitário.

Embora o texto não cite diretamente o governo iraniano, a condenação explícita às ações de Israel e dos EUA consolida a linha diplomática do governo Lula: um reposicionamento do Brasil como ator crítico, defensor do direito internacional, mas disposto a contrariar interesses de grandes potências — inclusive em momentos de alta tensão geopolítica.

Enquanto aliados mantêm silêncio diplomático ou optam por notas vagas, o governo brasileiro assume, com este gesto, uma posição clara e favorável ao Irã.