Política

Impeachment de Lula protocolado na Câmara divide oposição

Pedido de impeachment de Lula protocolado na Câmara em ano que antecede as eleições virou debate entre parlamentares de oposição ao governo

Ainda não há consenso na oposição sobre o apoio a pedidos de impeachment de Lula protocolados na Câmara devido ao escândalo do INSS. Embora a medida seja encampada por boa parte da base bolsonarista, há divergências por conta das consequências que o afastamento do presidente provocaria, uma vez que a eleição ocorrerá já no ano que vem.

Para o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante, substituir Lula por Geraldo Alckmin seria “mais do mesmo”. O parlamentar é contra a instauração do processo de impeachment neste momento. Nos bastidores, a família Bolsonaro partilha do mesmo entendimento de Sóstenes, tanto que o enfoque dado à anistia tem se sobreposto ao “fora, Lula”.

Por outro lado, o líder da Oposição na Câmara, Zucco (PL), é favorável à interrupção do mandato do presidente. “Com certeza”, diz.

Também defendem o impeachment de Lula os deputados Nikolas Ferreira (PL), Marcel Van Hattem (Novo) e Carla Zambelli (PL). “O problema de esperar o governo sangrar até a eleição de 2026 é que, até lá, a população também sangra”, diz Nikolas.

Nesta quinta-feira (8/5), foi protocolado na Câmara o terceiro pedido de impeachment de Lula por conta do escândalo do INSS, assinado por Guto Zacarias (União Brasil), deputado estadual de São Paulo. Antes, o deputado federal Evair Vieira de Melo (PP) e o distrital Pastor Daniel (PP) protocolaram pedidos com o mesmo objetivo.

Todos podem protocolar impeachment

O regimento da Câmara dos Deputados estabelece que qualquer cidadão pode apresentar pedido de afastamento do presidente da República por crime de responsabilidade. Cabe ao chefe da Câmara examinar as representações e pautar a votação que pode levar à abertura do processo de impeachment.

Para isso, é necessário o apoio de 342 deputados. Na sequência, compete ao Senado processar e julgar o presidente da República.