Governo Lula tenta rotular denúncias sobre Fraude no INSS como “Desinformação”
Em meio ao escândalo bilionário envolvendo descontos ilegais em aposentadorias e pensões, o governo Lula recorreu nesta quinta-feira (8) à velha estratégia de atacar o mensageiro. Para o ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Vinicius Marques de Carvalho, as informações divulgadas sobre o esquema estariam sendo “criadas e distorcidas para gerar desinformação”.
Sem apresentar provas concretas de distorções, Marques de Carvalho limitou-se a dizer que “vivemos um momento em que, muitas vezes, algumas informações são tratadas de maneira inadequada”. Segundo ele, a “desinformação” seria “prejudicial para a população brasileira, principalmente para os aposentados e aposentadas” — exatamente as maiores vítimas do escândalo.
A fala é uma reação direta à repercussão explosiva do vídeo publicado pelo deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), que em menos de 24 horas acumulou mais de 60 milhões de visualizações. No vídeo, Nikolas detalha como o governo Lula, através da omissão da gestão do ministro Carlos Lupi, permitiu a continuidade das fraudes dentro do INSS.
A coletiva de imprensa organizada pela cúpula do governo — incluindo os ministros Jorge Messias (AGU), Wolney Queiroz (Previdência) e o presidente do INSS, Gilberto Waller — foi menos uma prestação de contas e mais uma operação de controle de danos.
Em vez de admitir responsabilidades e prometer reparações, o foco foi relativizar o escândalo, sugerindo que o problema é a comunicação — não o rombo de bilhões de reais que atingiu diretamente os aposentados mais vulneráveis.
A Polícia Federal e a CGU realizam, de fato, a “Operação Sem Desconto” para investigar a fraude. Mas até o momento, o governo Lula se esforça mais em minimizar a gravidade das denúncias do que em esclarecer quem se beneficiou do esquema e por que medidas não foram tomadas antes.
De acordo com os levantamentos iniciais, o golpe operava via associações de benefícios que, em conluio com servidores do INSS, burlavam a necessidade de autorização prévia para descontar valores diretamente dos benefícios de aposentados e pensionistas.
O prejuízo, inicialmente estimado em R$ 6,3 bilhões, pode ultrapassar R$ 90 bilhões, segundo dados apontados pela Controladoria-Geral da União (CGU) — a mesma entidade agora empenhada em desacreditar a denúncia pública.
Enquanto o governo tenta rotular como “desinformação” a exposição de suas falhas, as vítimas continuam aguardando respostas — e o Brasil assiste, mais uma vez, a uma tentativa de criminalizar quem ousa questionar.