Mercado financeiro reage à queda na aprovação de Lula com alta da Bolsa e recuo do dólar
A queda na aprovação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), apontada por pesquisa do Datafolha, repercutiu no mercado financeiro nesta sexta-feira (14). Após a divulgação do levantamento, que mostrou um recuo de 11 pontos percentuais na popularidade do governo em dois meses, o dólar fechou o dia cotado a R$ 5,69, com queda de 1,26%. O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3), também reagiu positivamente, avançando mais de 2,70%.
De acordo com Emerson Vieira Junior, responsável pela mesa de câmbio da Convexa Investimentos, o bom desempenho do mercado nesta sexta-feira foi impulsionado por fatores externos, como a redução dos impactos das tarifas de importação impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e sinais de desaceleração da economia americana. No entanto, a pesquisa do Datafolha teve influência direta na movimentação dos investidores.
“A divulgação da pesquisa com a baixa na aprovação de Lula também contribuiu para a aceleração da queda do dólar no fim da tarde”, afirmou Vieira Junior.
Marcelo Bolzan, planejador financeiro e sócio da The Hill Capital, também destacou a relação entre a pesquisa e o comportamento dos mercados. Para ele, os dados do Datafolha, divulgados por volta das 16h, impulsionaram o otimismo dos investidores.
“A aprovação de Lula caiu de 35% para 24%, e a rejeição atingiu um nível recorde. A Bolsa, que já estava em alta de 1,80% ao longo do dia, disparou para um avanço de mais de 2,70% após a divulgação da pesquisa”, explicou Bolzan.
Além disso, o analista afirmou que os juros futuros devem continuar em queda. “O mercado reagiu com otimismo à possibilidade de Lula não ser reeleito nas próximas eleições”, acrescentou.
A reação do mercado à pesquisa do Datafolha reflete a cautela dos investidores em relação ao governo e suas políticas econômicas. Com a crescente rejeição ao presidente, o cenário político se torna ainda mais desafiador para o Palácio do Planalto, que precisará reverter a tendência de queda na popularidade e recuperar a confiança do mercado nos próximos meses.