Política

Deputados ligados a Boulos protocolam pedido de impeachment de Tarcísio de Freitas

Deputados estaduais líderes das federações PT/PCdoB/PV e PSOL/Rede, ligados a Guilherme Boulos (PSOL), ingressaram nesta quarta-feira, 30, com pedido de impeachment contra o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) por ele afirmar, no dia da eleição, que o Primeiro Comando da Capital (PCC) havia orientado voto no candidato do PSOL.

O documento, enviado ao presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), André do Prado (PL) pelos deputados Paulo Fiorilo (PT) e Carlos Gianazzi (PSOL), argumenta que o governador cometeu crime de responsabilidade.

Procurado, Tarcísio de Freitas não se manifestou até a publicação desta reportagem.

Segundo a representação, a informação sobre a orientação deveria ter sido encaminhada à Justiça Eleitoral “para a devida apuração, providência que não foi adotada, bem como não poderia ter sido divulgada àquela oportunidade, em meio ao processo eleitoral”.

Para os deputados, Tarcísio violou três artigos da Lei do Impeachment, entre eles o que considera o impedimento do livre exercício do voto como crime de responsabilidade e agir de modo incompatível com a dignidade, honra e decoro do cargo.

O documento afirma que “não serão aceitas desculpas relacionadas à possibilidade de não ter havido impacto na eleição”. Na visão dos parlamentares que assinam o pedido, Tarcísio estava exercendo suas funções quando fez a declaração.

“A conduta do governador, ao se apropriar de informações e credibilidade que decorrem de seu cargo e fazer declarações que favoreceriam o seu candidato à eleição municipal de São Paulo, significou o desvio de um bem público para proveito privado”, diz a petição.

As supostas cartas atribuídas ao PCC com orientações (“salve”) para familiares votarem em Boulos tornaram-se um dos mais debatidos ao longo do dia depois de o governador de São Paulo afirmar que a inteligência do governo havia interceptado as mensagens.

A declaração foi dada em coletiva de imprensa após a votação de seu aliado, Ricardo Nunes (MDB), que venceu Boulos na corrida à Prefeitura de São Paulo no último domingo, 27. Questionado sobre a violência em algumas campanhas, o governador afirmou que teria “conversas com o Tribunal Regional Eleitoral para ver os relatórios que mostram os locais que tiveram conexão com o crime organizado”.