Garimpo ilegal: Ação em áreas indígenas potencializou a emissão de CO2, modificando o seu papel de ‘sequestradoras de carbono, aponta especialista
Recentemente foi publicada uma pesquisa na revista Scientific Reports que aponta uma nova vertente do impacto do desmatamento em áreas indígenas na Amazônia: a ação ilegal emitiu 96 milhões de toneladas de CO2 entre 2013 e 2021, revertendo o seu papel essencial de “sequestradoras de carbono”. A exploração equivale a 2,38% de todo o desflorestamento na Amazônia brasileira no período. “Embora a porcentagem possa parecer pequena, o impacto é significativo por se tratar de uma região ambientalmente protegida. A ação ameaça a sobrevivência dos povos indígenas isolados”, explica o biólogo e e mestre em Ciência e Tecnologia Ambiental, Paulo Jubilut.
Um outro dado que desperta atenção é a pressão que as terras indígenas têm sofrido nos últimos anos com o garimpo ilegal. “Houve um aumento de 1.217% na mineração em terras indígenas nos últimos 35 anos” aponta Jubilut. “Conter o desmatamento nestes territórios deve ser uma prioridade do governo brasileiro para garantir o direito à terra desses povos e a proteção das florestas. Desta forma, também regularemos o clima global”, enfatiza.