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Empresas valorizam habilidades comportamentais no currículo

A presença de determinadas competências no currículo se torna cada vez mais relevante para profissionais que buscam se destacar em processos seletivos. Empresas de diferentes setores têm priorizado candidatos que conseguem demonstrar não somente domínio técnico, mas também capacidade de adaptação, pensamento crítico e comunicação eficaz.

Essas habilidades vêm sendo chamadas de “power skills” e refletem a capacidade de profissionais atuarem em ambientes dinâmicos, com múltiplas demandas e interações frequentes entre equipes diversas.

“Habilidades técnicas continuam importantes, mas, agora, o diferencial está nas competências que mostram como o profissional pensa, aprende e se relaciona”, afirma Ana Guimarães, diretora de operações no ManpowerGroup Brasil. “Muitas empresas já entendem que o conhecimento técnico pode ser ensinado, mas comportamento e mentalidade são mais difíceis de treinar”.

Segundo Ana, habilidades como inteligência emocional, resolução de problemas, comunicação clara, aprendizado contínuo e pensamento analítico estão entre as mais valorizadas atualmente. “São características que não aparecem em certificados, mas que fazem diferença no dia a dia das equipes e influenciam diretamente nos resultados do negócio”.

Autonomia, colaboração e gestão do tempo ganham destaque

Além das habilidades técnicas e digitais, competências ligadas à autogestão vêm ganhando destaque no ambiente corporativo. Com o trabalho remoto e híbrido, profissionais com autonomia, organização e disciplina têm sido mais valorizados, especialmente em contextos nos quais o acompanhamento constante da liderança é inviável.

Nesse sentido, saber administrar o próprio tempo, estabelecer prioridades e manter a produtividade mesmo fora do escritório físico são características frequentemente observadas por empregadores.

“Empresas buscam pessoas que saibam trabalhar sem supervisão direta o tempo todo. É importante ter iniciativa e senso de responsabilidade com prazos e entregas”, comenta Ana. “Essa autonomia virou parte do perfil desejado para diferentes níveis e áreas”. 

A capacidade de colaborar eficazmente em equipes distribuídas, utilizando recursos digitais e mantendo comunicação clara, também aparece como uma das competências comportamentais mais procuradas. “Trabalhar bem com pessoas diferentes, em contextos diversos, é uma habilidade essencial. Saber ouvir, negociar e construir em conjunto tem um peso enorme nos processos seletivos”, diz Ana.

Adaptação às mudanças e pensamento crítico se consolidam como diferenciais

O cenário econômico instável e as constantes transformações tecnológicas exigem que profissionais estejam preparados para lidar com mudanças frequentes. Nesse contexto, a adaptabilidade tem se tornado uma das habilidades mais valorizadas nos últimos anos.

“Saber se adaptar não significa apenas aceitar mudanças, mas aprender com elas e ajustar a rota com rapidez. Isso é cada vez mais observado pelas lideranças no momento de contratar”, afirma Ana Guimarães. “As organizações querem pessoas que não fiquem paralisadas diante do novo, mas que saibam reagir positivamente”.

Outra habilidade mencionada com frequência por especialistas é o pensamento crítico. A capacidade de analisar situações com profundidade, identificar riscos e oportunidades e propor melhorias contínuas é vista como essencial, especialmente em posições de liderança ou que envolvem tomada de decisão.

“Pessoas com pensamento crítico ajudam a empresa a evoluir. Elas não executam no automático, mas questionam, propõem e buscam formas melhores de fazer. Isso tem muito valor hoje em dia”, destaca a diretora.

Importância de contextualizar as habilidades no currículo

Para que as habilidades em alta sejam percebidas pelos recrutadores, é fundamental estarem bem contextualizadas no currículo. Apenas listar competências genéricas pode não ser suficiente. Ana Guimarães recomenda descrever experiências em que essas habilidades foram utilizadas, com resultados mensuráveis ou exemplos concretos.

“Não adianta escrever ‘sou comunicativo’ sem mostrar onde e como isso foi colocado em prática”, afirma Ana. “O ideal é trazer exemplos reais, como a condução de um projeto multidisciplinar, a liderança de uma equipe em momentos de crise ou a atuação em contextos de mudança rápida”. 

Da mesma forma, ao destacar adaptabilidade, é possível mencionar mudanças de área, novas responsabilidades ou participação em projetos com prazos reduzidos. Isso vale para habilidades digitais: mostrar domínio de ferramentas específicas ou situações em que a tecnologia foi usada para otimizar processos pode fazer diferença na análise dos currículos.

O currículo é o primeiro contato, ele precisa transmitir uma imagem objetiva e coerente do profissional. Personalizar esse documento com base nas demandas atuais do mercado é uma maneira inteligente de aumentar a visibilidade e as chances de avançar nas etapas do processo seletivo”, finaliza Ana Guimarães.