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Funerais verdes ganham espaço e prometem menos impacto

De acordo com um estudo realizado pela Global Growth Insights, o setor de serviços funerários vem passando por mudanças significativas, impulsionado pelo aumento da demanda por cremação, que já representa mais de 60% dos contratos firmados. Por outro lado, os enterros convencionais estão em queda, respondendo por menos de 40% dos serviços. Enquanto isso, os funerais ecológicos ganham força, registrando um crescimento de 35% na procura por caixões biodegradáveis e alternativas sustentáveis de sepultamento.

Vinicius Chaves de Mello, CEO do Grupo Riopae, responsável pelo Crematório São João Batista, explica que um funeral ecológico se caracteriza pela escolha consciente de práticas que respeitam o ciclo natural da vida e priorizam o uso de materiais 100% biodegradáveis. Essa opção evita o embalsamamento químico e reduz ao mínimo o consumo de energia e recursos. “É, acima de tudo, um ato final de cuidado — não apenas com quem parte, mas também com o planeta, que todos deixamos como legado”, acrescenta.

O profissional ainda destaca a diferença entre o funeral tradicional e o ecológico. “Enquanto o funeral tradicional usa caixões revestidos de verniz, metais, plástico e líquidos tóxicos para conservação, o ecológico elimina todo componente não‑biodegradável. Em vez de jazigos de concreto, privilegia-se o solo vivo (sem cimentação) para permitir que o corpo retorne à terra naturalmente, fechando o ciclo de forma sustentável”, detalha.

Os materiais sustentáveis utilizados em urnas e caixões ecológicos incluem papelão reciclado e bambu certificado, fibras de coco, salgueiro e juta, sendo todos projetados para decompor‑se em poucos meses e não liberar substâncias nocivas. Melo também destaca as urnas sementes, que carregam uma muda em seu interior e, ao serem depositadas no solo, transformam-se em uma árvore.

“Além das urnas sementes, destacam-se técnicas como a compostagem humana acelerada (transforma restos mortais em solo fértil, em quatro a seis semanas) e impressão 3D de caixões, com biomateriais. Apps de memorialização digital e certificações blockchain, também garantem rastreabilidade ambiental e transparência para as famílias mais exigentes”, explica o especialista.

No Brasil, o funeral ecológico ainda está em fase inicial. Porém, países como Estados Unidos, Reino Unido e Austrália já avançaram mais, com cemitérios ecológicos certificados pelo Green Burial Council, conforme explica o CEO do Grupo Riopae. Nesses espaços, o uso de concreto, produtos químicos e enfeites artificiais é proibido: o corpo é sepultado diretamente na terra, em urnas ou caixões biodegradáveis, dentro de áreas florestais destinadas à memória, que também funcionam como zonas de preservação ambiental.

“Empresas consolidadas já adicionam linhas verdes ao portfólio, criam parcerias com cemitérios ecológicos e buscam certificações de sustentabilidade. Novas funerárias nascem, exclusivamente, voltadas ao ‘green burial’, acelerando a transição de um mercado, historicamente resistente, para uma abordagem centrada em propósito”, ressalta.  

Pegada de carbono e impacto ambiental

Segundo Melo, os funerais ecológicos contribuem para a redução da pegada de carbono, pois ao eliminar o embalsamamento químico (responsável pela liberação de formaldeído), reduzir o transporte de materiais pesados e evitar processos industriais como a metalurgia e o uso de plásticos, há uma queda grande nas emissões de CO₂. “Estima‑se, até, 70% menos emissões, em comparação ao funeral convencional. O solo vivo sequestra carbono, transformando sepulturas em pequenos sumidouros naturais”, adiciona.  

A escolha por um funeral ecológico, de acordo com o profissional, é uma combinação do desejo de reduzir impactos ambientais imediatos, do custo, que costuma ser de 20% a 40% mais barato que o convencional e uma visão filosófica de continuidade.

“Para muitos, o funeral ecológico é um último ato de coerência, com valores pessoais, de respeito à natureza. Essa modalidade não é uma moda passageira — é parte de uma revolução cultural, que redefine, como encaramos o fim da vida. Ao transformar sepulturas, em espaços de regeneração, a prática oferece conforto às famílias e esperança ao planeta, provando que o último ato humano pode ser o primeiro passo para um futuro mais verde”, finaliza.

Para mais informações, basta acessar: https://www.crematoriosaojoao.com.br/home