25º Festival Folclórico de Cirandas começa nesta sexta-feira (1) com apresentação da Flor Matizada
Com o tema Muricariuas, a agremiação irá apresentar uma epopeia sobre o roubo do coração da árvore da vida
– GRFC Flor Matizada abre o 25º Festival de Cirandas de Manacapuru a partir das 21h30
– Com o tema Muricariuas, a agremiação irá apresentar uma epopeia sobre o roubo do coração da árvore da vida
– A torcida Fama prepara momentos de interação com a apresentação
A flor de Manacá mostra toda a beleza em tons lilás a partir de junho até meados de agosto, mas nessa sexta-feira (1º), a florada símbolo do Grêmio Recreativo e Folclórico Ciranda (GRFC) Flor Matizada, ganhará vida logo mais às 21h30, no Parque do Ingá, o Cirandódromo de Manacapuru, na primeira noite de apresentações do 25º Festival Folclórico de Cirandas.
Com o tema “Muricariuais”, termo oriundo da etnia Sateré Mawé que significa ‘Feiticeiro das Águas’, a lilás e branco levará para a arena uma epopeia conduzida pelos personagens originais da ciranda. Na história a Samaumeira, a árvore da vida, é derrubada e tem o coração roubado pelos bruxos aquáticos e a mãe Benta utiliza a sabedoria para equipar um exército que resgatará o núcleo da vida.
(Foto: Paulo Bindá)
A ideia para esse tema surgiu após uma Samaumeira ser derrubada pelo movimento de “terras caídas” em 2022. Batista contou que a frondosa árvore funcionava como um farol para os viajantes que ao avistarem no horizonte já sabiam que estavam próximo de desembarcar na Princesinha dos Solimões. Nas mãos dos artistas da Flor Matizada e no imaginário cirandeiro, a árvore virou cirandada.
“Usamos essa terminologia para simbolizar dois momentos: o roubo do coração da Samaumeira fazendo que o sentimento acabe perdendo espaço para a razão, algo utilizado dentro da Inteligência Artificial (IA). Vamos fazer essa analogia nessa questão. O uso da IA em detrimento do trabalho humano que é algo carregado de sentimento”, explicou Adriano Batista, diretor de marketing do GRFC Flor Matizada. 
Adriano Batista, diretor de Marketing do GRFC Flor Matizada (Foto: Paulo Bindá)
O resgate do coração da Samaumeira para reestabelecer o equilíbrio da vida dependerá da sabedoria da Mãe Benta em montar um exército, passando até pelo Seu Manelinho e demais figuras da ciranda. “Vamos trabalhar com outras críticas como o desmatamento, guerras, fome e outras situações que ainda são frequentes na sociedade. Vamos trazer esse resgate na nossa apresentação”, detalhou Batista.
O GRFC Flor Matizada contará com um cenário chamado “Beiradão Amazônico” com 28 metros de altura e 50 metros de largura, que já foi transladado para área de concentração na tarde de quinta-feira (31). Desses cenários pontos alegóricos irão trazer os itens femininos para evolução. No total, a agremiação tem 120 cirandeiros – 60 casais – e 30 membros no cordão de entrada.
“O cordão de entrada vem representando o momento do roubo do coração da Samaumeira. O início da história será contada pelo cordão de entrada com movimentos bem elaborado e swingados e também bastante surpresas. E partir disso vem o cordão de cirandeiros em seguida para continuar a nossa viagem”, frisou Adriano Batista.
Resilientes
O sentimento de resiliência movimenta a agremiação após a fatalidade ocorrida ano passado, onde um módulo alegórico erguido por um guindaste despencou de dez metros de altura no ano passado hospitalizando 23 cirandeiros da agremiação e deixando uma vítima fatal, a jovem Vivian Ramos, de 24 anos.
“Por tudo o que aconteceu ano passado a gente conseguiu voltar com muita força. A fé da nossa torcida, cirandeiros e diretoria. E a garra porque não é fácil passar por tudo o que passamos e conseguir está com a vontade toda na arena. Esses três pontos que vão carregar a nossa apresentação”, pontuou Adriano.
Flor da fama
A Família Matizada (Fama) é o nome dos torcedores que vestem as cores da agremiação. No galpão da ciranda estão sendo montados mais de três mil kits que serão distribuídos para que haja interação na arquibancada com o que está sendo apresentado na arena do Cirandódromo.
Segundo o diretor de torcida da GRFC Flor Matizda, Demerson Silva, a Fama está há 14 anos invicta sendo campeões como melhor torcida. Para ele a diferença está na interação dos torcedores com o que está ocorrendo na arena em momentos estratégicos da apresentação. 
Demerson Silva, diretor de torcida (Foto: Paulo Bindá)
“Se na arena aparece o Galo Bonito, personagem típico da ciranda, no meio da torcida abre-se um bandeirão como um rio. Já tô dando spoiler aqui (risos). A torcida da Flor Matizada está toda empolgada e apaixonada que ama essa ciranda. Não é difícil chegar no topo, mas se manter no topo por tanto tempo”, declarou o diretor.
